Existem cerca de 400 espécies de cobras no Brasil, sendo 63 delas consideradas peçonhentas, ou seja, que produzem uma substância tóxica utilizada para caça ou defesa. Isso não quer dizer que as cobras brasileiras mais venenosas sejam as mais perigosas, pois nem sempre são elas as responsáveis pelos maiores números de acidentes por ano.
A coral-verdadeira é a cobra mais venenosa do Brasil. No entanto, seu comportamento calmo e cores vibrantes faz com que os acidentes provocados por ela sejam muito baixos, representando apenas 0,1% dos casos no país. Confira agora quais são algumas das cobras mais venenosas do Brasil, onde podem ser encontradas e as suas maiores curiosidades.
Coral-Verdadeira
Nome científico: Micrurus lemniscatus
Ocorrência: Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Acre, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso.
A Micrurus lemniscatus é uma espécie de cobra coral bastante reconhecida por sua coloração. Ela apresenta a toxicidade mais alta entre as espécies de cobras do Brasil, de 0,69 mg/kg. Os machos chegam a medir 1,3 metros de comprimento e as fêmeas 1,1 metro. O corpo destas serpentes apresentam anéis pretos, brancos e vermelhos. A cabeça é arredondada e apresenta um anel preto no focinho. Quando ameaçadas, elas tendem a se enrolar e levantar a cauda.
O veneno desta cobra apresenta atividade neurotóxica, que pode provocar visão dupla, tonturas, dores musculares e insuficiência respiratória.
Surucucu pico-de-jaca
Nome científico: Lachesis muta
Ocorrência: Amazônia e Mata Atlântica (Paraíba ao Rio de Janeiro)
Conhecida popularmente como Surucucu pico-de-jaca, a espécie Lachesis muta é a maior serpente venenosa encontrada na América. Ela pode medir até 3 metros de comprimento e sua coloração é composta por manchas pretas em formato de losangos. Nas espécies adultas, as escamas dorsais são pontiagudas. A ponta da causa apresenta escamas eriçadas e uma escama enrolada na extremidade que faz lembrar um espinho.
O veneno desta espécie pode ocasionar grandes hemorragias na vítima e também apresentar ação neurotóxica no sistema.
Cascavel
Nome científico: Crotalus durissus
Ocorrência: todo o Brasil com exceção do Acre
A Crotalus durissus é uma das espécies de cascavel mais perigosas que pode ser encontrada por quase todo o território brasileiro. O veneno desta espécie pode afetar direta ou indiretamente o sistema circulatório da vítima picada. Estudos realizados em mamíferos de grande porte comprovaram a gravidade do veneno desta serpente, que pode ser extremamente letal em humanos.
Jararaca-de-Alcatrazes
Nome científico: Bothrops alcatraz
Ocorrência: São Paulo
Essa espécie de serpente brasileira é encontrada exclusivamente na ilha de Alcatrazes, localizada no litoral norte de São Paulo. Medindo apenas 50 centímetros de comprimento, essa cobra possui um veneno potente e altamente coagulante. O veneno da Jararaca-de-Alcatrazes é considerado 10 vezes mais forte se comparado a outras espécies de jararacas encontradas no continente Brasileiro, podendo gerar inclusive paralisação nervosa na vítima picada.
Jararaca-Ilhoa
Nome científico: Bothrops insularis
Ocorrência: São Paulo
A Bothrops insularis, mais conhecida como Jararaca-Ilhoa, é uma espécie que pode ser encontrada exclusivamente na Ilha da Queimada Grande, no litoral de São Paulo. A espécie está ameaçada de extinção e cientistas estimam que existam apenas 2000 serpentes desta espécie no mundo. O veneno desta serpente é extremamente tóxico, mas é provado ser mais potente em aves se comparado aos mamíferos.
Jararaca-Cruzeira
Nome científico: Bothropoides neuwiedi
Ocorrência: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
A Jararaca-Cruzeira é uma serpente venenosa que pode medir até 1,15 metro de comprimento. Ela pode ser encontrada em tons de cinza e marrom e possuem características manchas triangulares ao longo do seu corpo. O veneno desta cobra pode provocar dor aguda e em casos mais sérios, vômitos e desmaios.
Jararacuçu
Nome científico: Bothrops jararacussu
Ocorrência: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
A Jararacuçu é a segunda maior espécie de cobra venenosa encontrada no Brasil, ficando atrás apenas da Surucucu pico-de-jaca. Ela pode medir até 2,2 metros de comprimento e seu nome na língua tupi significa "serpente venenosa grande". Registros de pessoas picadas por esta serpente revelam o poder letal do seu veneno. Foram relatados casos de insuficiência circulatória e respiratória, hemorragia intracerebral e até mesmo falência renal.
Caiçara
Nome científico: Bothrops moojeni
Ocorrência: sudoeste brasileiro
O veneno da cobra Caiçara é capaz de destruir fibras musculares e tecidos da vítima atacada. Contudo, não é apenas o potente veneno desta serpente que assusta. Ela é considerada uma das cobras mais agressivas encontradas no Brasil e seu bote, além de veloz, é também capaz de atingir as partes superiores do corpo da vítima.
Cobra Cotiara
Nome científico: Bothrops cotiara
Ocorrência: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul
Podendo medir até 1 metro de comprimento, a Cotiara é encontrada especialmente na Argentina e nas matas araucárias brasileiras. Seu veneno é bastante letal em mamíferos e presume-se que seja também muito perigoso para humanos. Pela falta de registros de ataques não é possível concluir a real letalidade do veneno da Cotiara.
Urutu Cruzeiro
Nome científico: Bothrops alternatus
Ocorrência: Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo
Conhecida popularmente como Urutu, a Bothrops alternatus é uma perigosa serpente que pode ser encontrada no Brasil. Ela não apenas apresenta um veneno muito perigoso para humanos, como também são extremamente velozes e agressivas em seus botes. Outra característica que as distingue são as manchas ao longo do corpo em formato de ferraduras.
Jararaca-Verde
Nome científico: Bothrops bilineata
Ocorrência: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo, Rondônia, Roraima
Esta cobra venenosa pode ser encontrada especialmente na região equatorial do Brasil e se destaca pela coloração vibrante esverdeada. Uma característica que as distingue de outras espécies é o fato de passarem a maior parte da vida em árvores. Elas se alimentam especialmente de aves e mamíferos e costumam medir até 1 metro de comprimento.
Jararaca-do-norte
Nome científico: Bothrops atrox
Ocorrência: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Tocantins
Uma das espécies de serpentes que mais causam acidentes na região da Amazônia, a Jararaca-do-norte pode ser encontrada especialmente em matas e locais inundados. Além do veneno, outra questão que assusta é o seu tamanho, ela pode medir até 1,72 metro de comprimento.
Fontes:
Guia de cobras da região de Manaus - Amazônia Central = Guide to the snakes
of the Manaus region - Central Amazonia / Rafael de Fraga... [et. al.]. — Manaus : Editora Inpa, 2013.
Animais Peçonhentos e Venenosos. SINITOX/CICT/FIOCRUZ. Série Prevenindo Intoxicações.
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